DISCOGRAFIA DOS ARTISTAS QUE GRAVARAM SUAS MÚSICAS.

Da Minha Terra (JAM Music/1998)
01. Da Minha Terra.00.Nilson Chaves | Jamil Damous

02. Uirapuru
00. Waldemar Henrique

03. Igapó
00. Sebastião Tapajós

04. Roda do Bem Querer
00. Alfredo Oliveira

05. Cabocla Bonita
00. Folclore Paraense

i06. Luz de Lampião
00. Nilson Chaves | Joãzinho Gomes

07. Boi-Bumbá
00. Waldemar Henrique

08. A Flauta
00. Sebastião Tapajós | Billy Blanco

09. Azulão
00. Jayme Ovalle

10. Indauê Tupã
00. Paulo André | Ruy Barata

11. Pergunte o que Quiser
00. Galdino Penna

12. Tempo e Destino
00. Nilson Chaves | Viltal Lima

13. Tambor de Couro
00. Ronaldo Silva

14. Tempo de Amar
00. De Campos Ribeiro

15.Bom Dia Belém
00. Edyr Proença | Adalcinda Camarão

16.Barueri
00. Sebastião Tapajós   




Tambor de Couro

Pro João Gomes eu mandei um verso antigo
Dizendo: poeta é como chama
Acende a lamparina no calendário das luzes
Outro azul que me ilumina
No ver da gilva eu vi você saindo
Eu vi você sumindo pro Iriri de vez
No ver da gilva eu vi você saindo
Eu vi você sumindo pro Iriri de vez

De madrugada canta o galo anunciando
Que o dia já vem raiando
E tá na hora de acordar
Parece a força da maré numa reponta
Parece o rasgo na campina do Encantado
Parece o cabo da viola ponteando
Na mesma jura aquele anel dedilha o aço
Levanto o macho e vou contar pra Ilha escura
Vou fazer procura
Vou fazer Bumbá
Levanto o macho e vou contar pra Ilha escura
Vou fazer procura
Vou fazer Bumbá
Bumbando o Norte no capim das água grande
Nas cores da violeta que o sol vem alumiar

Eu canto e o meu tambor de couro alucina

COMPOSIÇÃO DE RONALDO SILVA



Ronaldo Silva é considerado um dos mais importantes compositores cariocas. Tem várias musicas em diversos estilos brasileiros ,além de 2 livros  onde é fundador. do projeto mão amiga  em manilha itaborai rj,Sua obra também já foi registrada na voz de vários intérpretes, como Jane Duboc, Nilson Chaves, Pedrinho Cavalero, Cabinho, Maria Lídia,duquinha ,cheiro verde ,aviões do forró entre outros grandes nomes da mpb,etc. e, mais recentemente, Gabi Amarantos. Allan Carvalho é da nova geração de compositores. Em breve lança, também pelo selo Rios dono próximo ano de 2013.


adilson morais e cia grava músicas de ronaldo silva


ADILSON MORAIS E CIA

garota bonita

garota bonita dos cabelos cacheados
tu es bonita e eu quero ser seu namorado
fico pensado ,fico sonhando acordado
garota bonita quero ser seu namorado

te abraço ,te beijo te envolvo em meus braços
fico querendo ,fico sentido o seu abraço
sorriso gostoso,pele bonita,perfume dourado
garota bonita quero ser seu namorado

na noite estrelada ,toda molhada cheia de amor
serei seu guarda te proteger com o meu calor
toda dengosa ,toda gostosa e cheia de amor
garota bonita quero ser o teu amor

Nilson Chaves - Não Peguei O Ita - 1993 (Reupado - Pedido)


Faixas:
01 - Nao Peguei o Ita - Nilson Chaves
02 - Minuano - Eudes Fraga - Marcos Quinan - João Gomes
03 - Go - Nilson Chaves - Jamil Damous
04 - Chama - Nilson Chaves - Vital Lima 05 - Tambor de Couro - Ronaldo Silva
06 - Passarinho e Homem - Nilson Chaves - Jamil Damous
07 - Tudo Manga - Nilson Chaves - João Gomes
08 - Pai d'Egua - Nilson Chaves
09 - Plebeu Me Sinto Rei - Flávio Venturini - Murilo Antunes
10 - Alma Menina - Nilson Chaves - Celso Viáfora
11 - Um Bicho nas Ruas - Nilson Chaves - Jamil Damous
12 - Moça Bonita - Juraildes da Cruz

Ficha Técnica:
Violão - Nilson Chaves

Viola de 12 cordas,Guitarra Base - Fernando Carvalho
Teclados - Fernando Merlino
Baixo - Jacaré Bateria - César Machado
Percussão - Mapyu - Marcos Amma
Coro - Gracinha Almeida,Leticia Carvalho,Nazaré Pereira,Vital Lima e Nilson Chaves
Flauta - Roberto Stepheson
Cello - Jaques Morelenbaum


Mariana Belém


 
A cantora Mariana Belém volta aos palcos paraenses a todo vapor na nova temporada do projeto Parque Musical. O show acontece nesta quarta-feira (2), às 20h30, no Teatro Estação Gasômetro e terá as participações especiais de Almirzinho Gabriel, Trio Manari e as cantoras Lívia Rodrigues e Juliana Sinimbú.   O espetáculo que a cantora vai apresentar em Belém será um pouco do show chamado 'Projeto Árvore', onde canta e conta a história da música brasileira por meio da contribuição da sua família (os avós: Raul Mascarenhas - pianista e Carminha Mascarenhas  -  cantora do Rádio e seus pais: Fafá de Belém e o saxofonista Raul Mascarenhas). O show também uma prévia do CD 'Eu, Mariana', cantando músicas de compositores  como Ronaldo Silva, Ivan Cardoso e Almirzinho Gabriel.   
  A cantora Mariana Belém é nascida em São Paulo, mas diz que se sente mais paraense do que paulista já que foi aqui em Belém que passou a infância. Já tendo gravado seu primeiro CD em Belém, ela vem fazer o seu primeiro show aberto ao grande público e não nega a sua felicidade de estar na terra.   'Me sinto filha da terra, tenho paixão por tudo aqui, os cheiros, os sabores, as pessoas... Então, nem consigo colocar em palavras a minha emoção e felicidade por poder cantar aqui, com amigos queridos no palco, músicos e artistas que tanto admiro', conta Mariana.

  Mariana completa 10 anos de carreira este ano e para comemorar a data estará lançando oficialmente no 2° trimestre, seu mais novo CD, aproveitando o momento de ascensão da voz feminina no cenário atual da Música Popular Brasileira. 'Amo Maria Gadu e Roberta Sá e acho uma pena que o Brasil ainda não conheça muito da música paraense moderna. Cantoras como Juliana Sinimbú, Lia Sophia e Lívia Rodrigues, de quem tanto gosto, merecem reconhecimento nacional', conta. O lançamento oficial do CD 'Eu, Mariana', está previsto para o mês de abril, com um grande show em Belém, assim como em outras três cidades do Pará.



da qui pra frente 

GRAVADA PELO DICRÓ

da qui pra frete tudo e diferente
................ tudo vai mudar
vou ser feliz ,muito contente junto
com você ,tudo vai melhorar
1
eu sofrir demais quando te perdir
eu não esperava que era meu fim
mais tudo passou ,você voltou
nós estamos aqui ,
coladinho um com outro como eu sempre quiz
2
agora somos felizes ,agora vamos nós amar
e como eu sempre quiz,fofoca deixamos pra la
3
tá tudo certo, tá tudo legal nós estamos no maior astral

COMPOSIÇÃO DE RONALDO SILVA


BIQUINI BONITINHO DE BOLINHA AZUL.. 

MÚSICA GRAVADA PELO GENIVAL LACERDA

BIQUINI BONITINHO DE BOLINHA AZUL

EU FUI NA LOJA PRA PODER COMPRAR
UM BIQUINI BONITINHO PRA VOCÊ USAR
SÓ TINHA BIQUINI DE BOLINHA AZUL
QUE ENCAIXAVA BONITINHO NESSE SEU BUM ,BUM
1
VOCÊ GOSTOU E PEDIU PRA COLOCAR
O BIQUINI BONITINHO PRA VOCÊ USAR
2
EU VOU BOTAR ,EU VOU BOTAR ,VOU BOTAR NESSE SEU BUM ,BUM
O BIQUINI BONITINHO DE BOLINHA AZUL....


COMPOSIÇÃO DE RONALDO SILVA

REPETIR 3 VEZES ,MÚSICA GRAVADA PELA BANDA BODE DO FORRÓ 2004  


A MALVADA ,MÚSICA GRAVADA PELO CANTOR CLAÚDIO BARROS

A MALVADA
AUTOR RONALDO SILVA
EU FIZ DE TUDO PELO SEU AMOR
EU TE DEI CARINHO, TE DEI PAIXÃO
FIZ DE TUDO QUE VOCÊ QUERIA
TE DEI MEU CORAÇÃO .
1
MAIS VOCÊ VACILHOU MEU BEM

NÃO ME DISSE NADA,
FOI EMBORA COM OUTRO E ME DEIXOU SEM FALAR NADA
2
VOCÊ FOI MALVADA ,VOCÊ FOI MALVADA
B FOI EMBORA COM OUTRO E ME DEIXOU NO MEIO DA ESTRADA
VOC^FOI MALVADA ,VOCÊ FOI MALVADA
FOI EMBORA COM OUTRO E NÃO ME DISSE NADA
3
EU ERA BOM PRA VOCÊ ,NÃO FALTAVA NADA
NÃO SEI POR QUE VOCÊ ME DEIXOU,
SUA MALVADA
4
TE DEI AMOR ,TE ENCHI DE CARINHO ,NÃO FALTAVA NADA ,
NO NOSSO NINHO ,
NÃO SEI PORQUE, ME FEZ SOFRER ASSIM
NÃO SE TROCA O BEM PELO RUIM
5
GRAVADA EM 2000 PELO CANTOR GONÇALENSE CLAÚDIO BARROS]



ronaldo silva também escreve os melhores



Os 11 (+1) Melhores Discos de 2011

Como explicado na lista de ontem, essa lista também tem a motivação esportiva de selecionar 11 +1, mais em razão de acomodar outra escolha sem me dar dores de cabeça. Essa lista merece alguns adendos.
O primeiro é Nina Becker. Ela lançou dois discos (Azul e Vermelho) que na verdade é um só. Algo parecido com o que fez o Guns N’ Roses lá em 1991 com o “Use Your Illusion”. Como eu não sabia como proceder e explicar a escolha, e nem se escolheria um ou outro ou os dois, acabei por deixar a Nina de fora da lista. Mas vale muito a indicação.
Outro adendo merece o disco “Hits do Underground”. O projeto de Miranda Kassin e André Frateschi também se encaixa em algo parecido. Não sei explicar se o disco é um projeto paralelo ou individual de um dos dois ou se é um disco de carreira ou de versões. Ou ainda uma coletânea. Assim sendo, exclui da lista. Mas vale muito ser ouvido. As canções são ótimas e tem muita energia.
Por fim, não saberia como classificar “Música de Brinquedo” do Pato Fú. Eles mesmos dizem se tratar de um disco de carreira, e quem sou eu pra contrariar. Porém, quando se ouve o disco, por mais sensacional que seja a ideia e mais sensacional seja a execução, alguma coisa não cola. Mas não tenho dúvida nenhuma que o show desse disco, com certeza, é o melhor do ano.
Explicado, vamos à lista.
11. The Very Best of the Greatest Hits – Sua Mãe [download]
O nome do disco já diz o que se esperar. Um disco calcado no brega de outros tempos que produzido de um jeito pop se torna clássico. As canções são cults. Tem todo um clima de zona, que seja. Mas também de quintal de casa. De som alto no carro na porta do bar. ‘Na Hora do Adeus’, a banda de Wagner Moura transforma a versão de Reginaldo Rossi no ‘greatest hit’ do disco. E serve pra quem ainda nutre certo preconceito com o estilo brega. Cabe aqui dizer, que Wagner manda muito bem. Não aparece simplesmente tirando onda de cantor. A banda, formada toda por amigos, também manda muito bem. E isso já é perceptível logo na abertura ‘Vanessa e o Véu‘. É lógico que a maioria das letras explora a história da traição, da dor de cotovelo e até da cornisse assumida. O que só aumenta a graça do disco. Indicado pra quem precisa de um manual de como enfrentar qualquer relação que se julgue injusta, ou pra quem passa por um momento de demasiada solidão, ou ainda pra quem passa por um momento difícil no amor, daqueles de ver tudo indo por água abaixo. Mas fator principal pra uma audição aproveitável do disco é não negar nenhum resquício de chifre e possível humilhação pública ao ser pego ouvindo o disco. No fim você estará se fazendo um bem danado. Pode acreditar. E aproveite o refrão de ‘Ta-Hi’ pra soltar todos os demônios do corpo.
10. Efêmera – Tulipa Ruiz [download]
Me desculpem o trocadilho, mas esse não é um disco efêmero. Talvez fosse na vontade de Tulipa, ou apenas tenha sido uma ironia. O que, verdade for, só ganha mais pontos por isso. Muito já foi dito da voz de Tulipa. E não posso deixar de dizer que tudo no disco extrapola o simplório pelo simples fato da voz de Tulipa tomar conta do ambiente. Seu jeito único de cantar foge completamente do normal. E passa longe do chato. As composições se remetem umas as outras de maneira que se organizam quase como conceituais. O começo do disco, com a sequência “Efêmera”, “Pontual”, “Do Amor” e “Pedrinho” é, não menos que, clássica. Pedrinho, inclusive, me dá certo medo até. Tem um arranjo denso, as vozes se embrulham de uma forma gradativa… Sem contar a letra que conta a história de Pedrinho, terminando num uníssono “Pedro está cantiga não fala de amor, mas esse som, querido, acho que me instigou.” Tudo rola redondinho, sem altos nem baixos, mantendo um clima sempre equilibrado na música. Não existe no disco um momento que você possa relaxar os ouvidos. Tudo deve ser ouvido com muita atenção pra se aproveitar o máximo da criatividade musical que transborda no disco. Em certos momentos o balanço dos anos 70 dá as caras, em outros passagens mais contemplativas criam imagens do que não dá pra fugir ao logo de todo disco: São Paulo. Ouvir o disco é como andar pela Augusta da Paulista até a Roosevelt. “Às Vezes” é o clímax total desse quadro. E a música e letra são deliciosas. É o último nó que o disco te passa. A última dose de amor pela obra e amor por Tulipa.
09. Jardim – Vivian Benford [download]
Vivian representa, nessa lista, a cena musical do Rio de Janeiro. Tudo o que existe de bom por lá, Vivian fez melhor uso delas no disco. “Jardim” tem apenas 7 músicas. Pode ser considerado um EP. Mas apenas é força de expressão. A figura de linguagem também serve como ironia. Porque nunca que essas sete canções foram tratadas como menos do que brilhantes. O disco é suficientemente incrível pra ser aproveitado até a exaustão e depois ainda ter vontade de continuar ouvindo. Funciona como um filme dividido em trilogia. Da minha parte, o elogio à perfeição do disco é quase suspeito. Não houvesse nele milhões de coisas absolutamente reais que se relacionam com meu passado, presente e futuro, ai eu poderia contar a história de um jeito diferente. Começando pela voz macia e ao mesmo tempo poderosa de Vivian que flutua em qualquer ambiente onde você possa ouvir o disco. E depois junte a isso as letras criadas por Manoel Magalhães, outro que sempre merece menção pela genialidade de transformar as palavras em algo mágico, e o ‘estrago’ tá feito. De ‘Incertezas’ à ‘Senhor do Tempo’ rola um desfile de sentimentos inenarráveis. “Ela vem com os olhos de abril e ele guarda mais incertezas…” e depois “e se for incerto assim é bem melhor pros dois”… ‘Cic, RG e Certidão de Casamento’ termina assim: “e me dê um beijo menos burocrático”, além é claro de ter um arranjo extremamente denso, grande, complexo e tudo isso em menos de dois minutos. Direto e certeiro. ‘Indelével’, outra de Manoel, diz “não me diga nunca não” como fim de todos os problemas. A poesia contida em Indelével é coisa fina. E chega a doer. Se ‘Casa‘ não for suficiente pra que você considere esse disco como um dos mais fofos, (no sentido de identificação amorosa e amor platônico com a Vivian) então se mate, coração de pedra! ‘Por Ai’ começa assim: “meu corpo é pequeno pra tanta dor…”. ‘Lago Azul’ é composição da avó de Vivian. É uma canção enraizada, canção de roda, de ninar, canção de sonhar. Canção de sorrir. ‘Senhor do Tempo’ é o final mais que perfeito pro disco. Traz no tom um clima esplendoroso no arranjo. Termina com a perspectiva feliz.
Obrigado Vivian!
08. Superguidis – Superguidis [download]
O disco começa citando Roger Waters e o que ele disse em 73, numa clara alusão a “The Dark Side of the Moon”. À partir desse ponto, a banda já merecia figurar em qualquer lista de melhores álbuns do ano. Muito em razão da citação que me é agradável, mas mais ainda ao ouvir a excelência do resto do disco. Os gaúchos do Superguidis realizaram uma obra de acampamento. No sentido de juntar amigos e celebrar, fazer festa. É um disco que sinto como uma declaração de amor à uma geração toda. O disco tem guitarras bem pesadas. E uma coisa se destaca. Apesar do nome da banda ser uma gíria gaúcha pra tênis, (algo que realmente me apeteceu saber) o som é muito mais universal (e isso é relativizar o conteúdo). Sem bairrismos, ok?! A música gaúcha merece a ousadia de se distanciar do sul do Brasil.
Um momento delicioso no disco é o refrão de ‘As Camisetas’: “Porque será que sempre chove quando alguém te abandona?”. A indagação só reforça o espírito mais abrangente das bandas do sul. “Ser pedra é barbada” são os próprios que dizem. E aqui a ousadia de ser vidraça é merecedora de prêmio. Ou pelo menos de entrar nessa humilde lista.
07. Sabonetes – Sabonetes [download]
Um disco que começa com ‘Nanana’ passa por ‘Quando ela tira o vestido’ e acaba com ‘Marcapágina’ só pode marcar presença por aqui. Os curitibanos encontraram uma fórmula certeira depois de testarem em muitos EPs. O que se ouve no disco é coisa de banda de primeira linha. Não parece um álbum de estréia. O que marca em Sabonetes é a versatilidade. O disco serve pra você ouvir em casa, na balada, serve pra dormir, sonhar, amar e pra bagunçar, dançar, viver. Todos os elementos da boa música estão mixados nas 11 faixas que giram em torno de 40 minutos de muita leveza, sutileza… Os sabonetes criam nesse tempo a ideia de algo que não precisa de tempo e nem espaço pra sobreviver. Que a poesia pode ser reveladora e, que tratada da forma correta, pode te indicar o caminho da felicidade extrema. É o que esse disco faz por quem o ouve e se permite arrepiar com os acordes finais de ‘Marcapágina’.
06. Dezenove Vezes Amor – Martin e Eduardo [download]
A primeira impressão que se tem ao ouvir o nome da dupla e não ligá-los às pessoas, é que eles podem se passar por uma dupla sertaneja universitária. Porém, os dois estão longe disso. Músicos da banda de Pitty, tomaram a iniciativa de fazer um disco deles e o resultado é um torpedo sonoro. Na resenha do disco, eu cheguei a exagerar dizendo que Dezenove Vezes Amor é melhor que todos os discos da Pitty juntos, como se isso fosse o mérito maior do disco. Na verdade, à par da polêmica contida na afirmação, a qualidade desse aventura musical de Martin e Eduardo não depende das comparações com quem quer que seja, muito menos com Pitty. Dezenove Vezes Amor mostra um rock n’ roll maduro, fruto da qualidade de Martin e Eduardo como músicos. As letras não trazem rimas radiofônicas manjadas e facilmente adaptáveis ao trio elétrico. As letras cabem num livro de Marcelo Rubens Paiva, talvez de Rubem Fonseca… Uma coisa é certa: será um erro deixar de ouvir esse disco!
05. SP 55 – Sérgio Britto [download]
Esse disco me faz pensar que Sérgio é o titã melhor sucedido em carreira solo em termos musicais. O disco não chega a ser surpreendente, mas a ausência de expectativa pode transformar algo como “SP 55” em indispensável. Clássico. Não deixa de ser uma pequena obra-prima ou rascunho dela. Porque um disco que te faz sentir o gosto da feijoada servida na quadra da Nenê, ou o gosto dos vinhos das barracas da Achiropita no Bexiga. E ainda o sol que tem uma luz no Ipiranga e outra no centro, ou mesmo as sombras que se formam na estação da Luz ou da Barra Funda. E a doce sensação melancólica do Elevado passando na Marechal em direção à Lapa, só pode representar alguma coisa muito especial. Tudo o que você precisa saber sobre São Paulo, está nesse disco. Disco que me fez prestar a atenção devida em ‘Iracema’ e desejar pra mim um pouco daquela tristeza que nasceu na São João. Sérgio também usa o disco pra declarar amor incondicional à sua mulher e filhos. E traz as participações mais acertadas que eu já tenha tomado conhecimento. Marina de La Riva, Wanderléa e Negra Li imprimem toda a sutileza e todo o caos que um disco como esse precisa. É disco pra ser incluído em alguma antologia musical definitiva. Um se não, é o número elevado de faixas, coisa que no final não atrapalha nem um pouco. Mas tenho a impressão que se fosse mais enxuto, aqui na lista, estaria em primeiro.
04. Feito Pra Acabar – Marcelo Jeneci [download]
Não é todo disco que me faz chorar com menos de um minuto. O refrão de Felicidade é a coisa mais verdadeira do mundo. Aliás o disco, trata só de minuciar as coisas mais verdadeiras do mundo. Marcelo se destaca pelas composições e pelos climas e texturas que dá às letras e aos arranjos. As parcerias com Arnaldo Antunes e José Luiz Wisnik já fazem parte da história da música no Brasil. E tenho comigo que quanto mais no topo da lista, menos eu tenho que explicar as indicações. O disco de Marcelo é feito pra acabar, e pra chorar, e pra sentir um monte de coisa. A melhor imagem pra definir esse disco é o acesso de choro que eu tive, uma mistura de alívio e alegria em meio às lágrimas e impulsos e sobressaltos do peito que fazem parecer que você tá morrendo de falta de ar. “A gente é feito pra acabar, a gente é feito pra dizer que sim, a gente é feito pra caber no mar e isso nunca vai ter fim”.
03. Summer Sessions – Jennifer Lo-Fi [download]
Esse é um EP de cinco faixas. Mas vale como se fosse um disco triplo de 50. Tamanha é a densidade musical da banda paulistana. A voz de Sabine Holler consegue ser a mais sexy e a mais furiosa ao mesmo tempo. E isso é apaixonante. A banda é apaixonante. E paixão define o som. E se você quer excelência em som, esqueça David Gilmour e The Orb. Ouça Summer Sessions num aparelho que permita todo o deslumbre sonoro. A experiência vai te transformar. Depois experimente ouvir esse disco andando na praia e depois no meio do mato. E inclua você na experiência. Outro disco em que as letras fogem do usual a tratar de assuntos mais complexos de maneiras mais complexas. Ele te coloca no fio da navalha do começo ao fim. Ele não te deixa passar entorpecido a nenhum detalhe. ‘Pedacabo’ é uma das músicas mais intensas que eu já ouvi e termina dizendo: “Não quero explodir de boca pro colchão e ter que dormir no meu sangue”. Ave, Jennifer Lo-Fi!
02. Vejo Cores nas Coisas – Oito Mãos [download]
O disco desses campineiros foi baseado na minha vida, só pode. Um disco nunca foi tão fundo dentro da minha consciência afetiva de todas as coisas que me aconteceram ao longo do ano. À par do ego imenso deste que vos escreve, o disco tem características peculiares, originais. E por isso, não por ser um disco sobre minha vida (rs), está aqui. É preciso destacar a inteligência musical da banda, algo que assemelha ‘Vejo Cores…’ com a construção musical de “Band On the Run”. Cheio de criatividade sonora, mudanças no andamento da composição. Até mesmo no rumo das letras. É preciso olhar pra esse disco como alguém que olha pra um quadro de Monet ou assiste um filme de Tim Burton. É preciso creditar à banda, excelência no gosto do ofício em tempos como o que vivemos. É preciso entender que sucesso não se mede mais pelo Ibope, nem pela audiência das rádios e TVs. É preciso enxergar as cores das quais eles falam no título, não na calça e camisa da moda, e mesmo que isso seja ironia e uma possível adaptação do ‘vejo gente morta’ de Shyamalan – o que só faria aumentar a genialidade – mas enxergar as tais cores no espelho do banheiro pela manhã, no olhar de alguém que você gosta muito, nos sons que você escuta… Esse disco se trata de algo maior que poesia. Algo que junta o conceito de todos os outros álbuns indicados por aqui. E a certeza está logo no começo do disco. ‘Alguém’ planeja o encontro perfeito e culmina num: ”shalalalala você”. Depois disso, a música transita num salão de dimensão desconhecida, mas semelhante a casa do cavaleiro de Gêmeos em Cavaleiros do Zodíaco… Todas as músicas nasceram clássicas. Como em Encontro de Almas: “Se te interessa eu posso mostrar”. Passarinho: “Braços alados leve-me ao outro lado onde sempre haverá amor…”. Na Sua Casa, funciona como pedido de casamento: “Cheguei! Me encontra na frente do seu portão”. Só: “Se tudo é tão novo, te pego lá pras 5 ou deixo pra mais tarde?”. Claire traz o clímax soberano e uma nova noção de felicidade: “Agora deita na cama de som que eu fiz pra você”. Café é afirmativa: “Já foi-se o tempo de olhar pra trás”. Marina mostra o novo homem: “Limão e sal aquece misturando com tequila”. Verniz é a canção do tempo de cada um: “Verniz pra quê se o que eu tenho é só o tempo”. E ‘Quando Eu For Pro Mar‘ é a canção definitiva, senão da história feliz, da história com significado. Afinal, o que é uma vida feliz? Se esse disco não é uma declaração e prova de amor, então não sei mais o que é nada disso ao meu redor. Detalhe que não posso deixar passar: o detalhe da capa do disco.
01. Apanhador Só – Apanhador Só [download]
Eu sabia assim que terminei de ouvir o disco de estréia da Apanhador Só, que ele seria o melhor disco do ano na minha lista. Até porque dele é que surgiu a ideia de fazer a lista. E à partir disso, qualquer outro disco tinha Apanhador Só como base. Ao final de ‘E se não der?’ a ideia já estava plantada (voltemos à lista dos filmes). E nada poderia me fazer imaginar que outro disco deveria ser melhor. Mesmo que falasse sobre minha vida (caso de Vejo Cores…). Apanhador Só é sinônimo de sem comparação. Do francês “au con coeur”.
Esse disco define novos rumos pra música independente brasileira. Talvez pelo momento que torna o impacto sobre ele maior. Talvez pela expectativa que a espera traz. Porque muito além do boca a boca e da lonjura das capitais, remetendo o pioneirismo pop de Engenheiros no anos 80, a música é capaz de transformar a cara de um lugar. Esse disco redefine parâmetros que foram mudados não há muito tempo. E ainda assim consegue ser um disco pontual. Por isso, o primeiro lugar dele na lista. Porque por mais que daqui há 50 anos ele deva estar entre os melhores discos de todos os tempos, ele é o melhor disco de hoje. Volto a afirmar: Alexandre Kumpinski já é um dos melhores compositores da música brasileira. E aqui não cabe frases soltas cheias de significado. O disco é imprescindível em nome da formação de seres humanos melhores.
+1. 30 Anos Ao Vivo – Roupa Nova [download]
Começar dizendo o quê de um grupo com 30 anos de carreira? Que sempre foi elogiado pelo trabalho completo que fazem. Excelentes e competentes músicos e compositores… tocando e embalando novelas e relacionamentos desde antes da maioria de nós nascermos… Dizer o quê? É bem capaz que você, amiguinho e amiguinha, tenham sido concebidos ao som de alguma música deles. Como muita gente gosta de dizer: os Eagles tupiniquins. Dizer o quê? Que você precisa desse disco do lado do seu aparelho de som.
É bom dizer que apesar de ser um disco ao vivo cheio de músicas já consagradas, a base de tudo consegue ser melhor, porque é assim que funciona estudar e viver de música. É assim que funciona se doar ao prazer de escrever e tocar e aperfeiçoar aquela velha canção que todo mundo já conhece. Porque deve ser também como dizem: chegar no topo é fácil o difícil é permanecer lá. E imagine permanecer lá por 30 anos… O disco prima por conter muito mais disso tudo nele, do que existia nos dois Acústicos produzidos pela banda. Esses sim, uma volta ao passado pra lembrar de velhos sucessos. 30 Anos Ao Vivo é a volta pro futuro, fazendo trocadilho com uma das músicas deles, de uma maneira a exemplificar o que o passado era. Não precisamos citar ‘Dona’ e muito menos ‘Volta Pra Mim’. E mais do que uma simples recordação, hora de reconhecer novos tempos e públicos. E iniciar um caminho que lhes garanta mais alguns anos ou décadas, quem sabe, de sucesso.
Então é isso. Aproveitem a boa música. E que 2011 traga outros tantos discos indispensáveis pra gente!

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